Entenda o que é Geoterapia, quais são seus benefícios e como é feita

 

Geoterapia é uma terapia integrativa ou complementar e natural que se utiliza de argila, barro e lamas medicinais, assim como pedras e cristais  para tratar perturbações e desequilíbrios físicos e emocionais baseado nas forças e energias da terra, seus minerais e luz solar.


O VIVA Integrativa neste artigo vai, de um jeito muito simples e fácil, te ajudar  a entender:


  • O que é a Geoterapia
  • Qual a diferença entre Geoterapia e argiloterapia
  • Quais são os principais tipos de argila
  • Quais são os benefícios da Geoterapia
  • Para quem a Geoterapia é indicada
  • Quais as contraindicações da Geoterapia
  • Como é feita a Geoterapia

O que é a Geoterapia

Como já foi dito Geoterapia é uma terapia natural que utiliza os elementos e energia da terra como a  argila, o barro,  as lamas medicinais, pedras e cristais para tratar perturbações e desequilíbrios físicos e emocionais.

Assim, a geoterapia é um potente tratamento natural para alívio não só de dores no corpo de quem faz uso,  mas ajuda a melhorar o aspecto da pele e promove relaxamento e bem estar.

O termo tem origem da palavra grega “geo” que significa terra e “terapia” que significa tratamento. Ou seja, o tratamento é realizado com energias e elementos  da terra. 

Qual a diferença entre Geoterapia e argiloterapia

A geoterapia utiliza diversos elementos da terra para tratar as desarmonias do corpo e da mente, o que inclui:

  • Pedras
  • cristais
  • Lamas medicinais
  • argilas

Porém, no ocidente, como as técnicas utilizam basicamente  o envolvimento com argila ou cataplasma de argila, geralmente quente, a argiloterapia é basicamente quase que sinônimo de geoterapia, mesmo que na verdade que a argiloterapia não envolva todas as técnicas e materiais usados na geoterapia.

História da Geoterapia 

A utilização de argilas como medicamento é feita desde a Pré-História
(nome dado ao período antes da invenção da escrita), sendo tão antiga quanto a
própria humanidade.

IDADE ANTIGA


Na Mesopotâmia (3000-2000 a.C), em umas das muitas placas de argila descobertas em Nippur (2500 a.C), há referência de 125 fármacos de natureza mineral, entre eles nitrato de potássio e cloreto de sódio. A argila era utilizada para tratar feridas e também na contenção de hemorragias. 
Cleópatra (69-30 a.C), rainha do Egito, utilizava lamas do Mar Morto para cuidar da pele. No Egito há registros da utilização da Terra de Lemnos, retirada da Ilha de Lemnos, no Mar Egeu, para mumificação de corpos, preservação de alimentos de origem animal, bem como para tratamentos terapêuticos. A argila era utilizada para reduzir a alta temperatura causada pela  malária, sendo aplicada em pessoas e animais, por todo o corpo.
Na Grécia antiga, eram feitos cataplasmas de lama (Terra de Lemnos) como antissépticos, no tratamento de aflições de pele, e até mesmo como cura para picadas de cobra. Na Grécia antiga a argila branca, rica em bicarbonato de sódio, era utilizada em casos de náusea e vômitos . A argila quente era utilizada pelos gregos a fim de curar dores  reumáticas.  Hipócrates (c.460-c. 377 a.C.), médico grego tido como o "Pai da Medicina", considerava que apenas a natureza é capaz de curar doenças e manter o ser humano saudável.  A argila e outros recursos minerais incluíam-se nesses processos.
Utilizava a argila como forma de tratamento e ensinava seus alunos sobre a maneira adequada para utilizá-la.
Os romanos foram os primeiros a fazer banhos contendo lama e algas. Construíram grandes locais para banho e tornaram conhecidas, por sua lama medicinal, cidades como Balaruc, Barbotan ou Saint-Amand. O barro que eles utilizavam era retirado de diversos lugares: lodo do mar, lodo do Rio Danúbio, sedimentos do fundo de lagos, banhados por uma água rica em enxofre e ferro.

IDADE MÉDIA


Durante a Idade Média cataplasmas de argila foram usados tanto nas
medicinas populares como na veterinária. Marco Polo (1254-1324) relata que, durante suas viagens, observou peregrinos mulçumanos ingerirem argila rosa para diminuir a febre 
Em 1370, final da Idade Média, Juan de Dondis sugeriu aplicações locais
de argila para tratar afecções cutâneas. Miguel de Savonarola utilizava argila para
tratar inchaços articulares e Margaret de Valois descreveu o uso de argila medicinal
no Resort de Cauterets, no final do século XVI 

IDADE MODERNA


Paracelso (1493-1541), foi um grande conhecedor de remédios populares, sobretudo das argilas, as quais utilizava em suas preparações medicinais. Em Veneza, autores como Andrea Bacci (1524-1600), aconselha em sua obra "De Thermis" publicada em 1571, lama em ulcerações, reumatismo, edemas e dor ciática. Gabrielle Falloppio (1523-1563), cirurgião, em seu livro "De Medicatis Aquis atque de Fossilibus Tractatus" publicado em Veneza em 1564, atribuiu aos banhos de lama, o fortalecimento de tecidos nervosos

IDADE CONTEMPORÂNEA


A terra voltou a ser considerada como fator de cura no final do século XIX,
com o renascimento do Naturalismo. O primeiro indício do ressurgimento da
Geoterapia foi o uso e a recomendação que o Abade Sebastian Kneipp, considerado o pai da hidroterapia fez sobre cataplasmas de argila para a saúde .
O verdadeiro inovador da Geoterapia moderna foi o naturopata Adolf Just
(1859-1936). Quando jovem Adolf Just era livreiro e sofreu de uma doença nervosa e conseguiu a cura através de tratamentos de Sebastian Kneipp. A partir daí tornou-se profundamente convicto nas forças da natureza. Em 1895 ele publicou seu primeiro livro, “Volte para a natureza”. Um ano depois fundou seu centro de cura alternativa “Jungborn” (movimento para a vida).  Passou a utilizar argila após descobrir que o corpo humano é afetado pelo magnetismo terrestre e pode ter sua saúde melhorada ao andar descalço em contato com a terra e ao ter uma noite de sono em uma cama com uma mistura de ervas e terra. 
No início do século XX, durante uma epidemia de cólera Asiática, o Dr. Julius Stumpf utilizou doses orais de argila branca, e obteve sucesso com esta
medida.
Emmanuel Felke (1856-1926),  era naturopata e defendia o uso da argila e da Iridologia. Para Felk os tecidos humanos doentes recuperam seu equilíbrio energético ao entrar em contato com a terra, e isso acontece porque há uma correspondência magnética entre os tecidos humanos e a terra. No hospital de Felke, a Geoterapia era a principal terapia utilizada. Os pacientes andavam descalços por horas, recebiam cataplasmas de argila e banhos de lama, dormiam no solo.
Davos, na Suíça, foi um importante centro de tratamento da tuberculose. Os pacientes tinham o peito coberto com cataplasmas quentes de argila, assim permanecendo durante a noite, obtendo resultados favoráveis. Em algumas regiões da Espanha, eram usados cataplasmas de argila para contusões e entorses.
Os vietnamitas e os coreanos tomavam banhos de lama para tratar as queimaduras decorrentes dos ataques que sofreram dos Estados Unidos. Os banhos de lama eram eficazes até mesmo nas queimaduras mais sérias, como as causadas por napalm (líquidos inflamáveis que faziam parte do armamento militar).

Tipos de argila e suas propriedades

A argila é uma rocha sedimentar desagregada, originada pelo acúmulo de partículas muito finas procedentes de outras rochas — por isso a sua composição é rica em minerais. Todas as argilas são compostas por três elementos geológicos fundamentais: quartzo, feldspato e mica. Entretanto, as proporções de cada um são diferentes e dependem da localização geográfica. Além deles, podem ser identificados vários outros minerais na composição da argila, como ferro, magnésio, potássio, cálcio, sódio, titânio, zinco, cobre, níquel, manganês, lítio, alumínio, sílica e outros. Elas são habitualmente encontradas nas proximidades de rios, pois os grãos que a formam costumam ser transportados pelas águas e geralmente se acumulam nas margens. 
Veja  alguns tipos de argilas:

  • Argila verde: Esse tipo de argila possui pH neutro e é rico em sílica, cálcio, alumínio e magnésio. Ela tem um grau de ação mais fraco que o da argila vermelha e mais forte do que o da branca, tendo uma capacidade de ação profunda e lenta. É excelente para peles oleosas e com acne. Ao ser aplicada na epiderme, tem ação adstringente, estimulante, tonificante, secativa, bactericida, cicatrizante e analgésica. Tem um efeito de peeling, retirando o excesso de oleosidade e atrasando o envelhecimento da derme. Seu poder adstringente e desintoxicante é eficaz em absorver toxinas, tratar acne e seborreia. É, inclusive, utilizada em produtos para cabelos oleosos.
  • Argila branca: Também conhecida como caulim ou caulinita, essa argila é formada por silicato de alumínio hidratado e é resultado da erosão das rochas pela chuva. Por essa razão, é rica em alumínio e silicato. Entre os tipos de argila, essa é a que possui maior porcentagem de alumínio e seu pH é próximo ao da pele. É recomendada para peles sensíveis, desidratadas e para o tratamento de manchas. É capaz de hidratar de forma rápida, clarear e suavizar a epiderme. Além disso, é famosa por proporcionar um efeito tensor, ou seja, melhora o aspecto de flacidez, poros, rugas e estica e revitaliza a cútis.  É também a mais indicada para iniciar tratamentos por ingestão. 
  • Argila vermelha: A argila vermelha é rica em ferro, silício e cobre e tem o maior poder de estimular e regular o organismo, com ação terapêutica rápida. É capaz de hidratar, renovar a estrutura das células e prevenir o envelhecimento da epiderme. É indicada para peles sensíveis e avermelhadas, principalmente por ser antiestressante e por regular a microcirculação cutânea. Também é recomendada para aumentar a vitalidade do corpo e para casos de debilidade e depressão. 
  • Argila amarela: Rica em alumínio, potássio, ferro e silício, é responsável por catalisar a formação de colágeno na pele. Por esse motivo, a argila amarela é recomendada para tratamentos cosméticos e de rejuvenescimento. Além de retardar o envelhecimento da epiderme, ela tem um ótimo efeito hidratante, proporcionando a nutrição necessária para a saúde da cútis por meio de sais minerais.
  • Argila preta: A argila preta, também chamada de lama negra, é conhecida por ser a mais nobre das argilas. Sua extração ocorre em uma profundidade maior que 4 metros. Ela é composta por diversos sais minerais, incluindo silicato de alumínio e de magnésio, óxidos de silício, zinco e ferro, carbonato de cálcio e de magnésio e enxofre. É caracterizada por sua atividade estimulante, nutritiva, antisséptica, adstringente, cicatrizante, desintoxicante e redutora, sendo comumente utilizada para desintoxicação da pele. Tem ação anti-inflamatória, absorvente, antiestressante e antiartrósica.
  • Argila cinza: Extraída de regiões vulcânicas dos Estados Unidos, a argila cinza (ou Wilkinita) é constituída principalmente por silício e alumínio e é recomendada para peles oleosas e com manchas. Suas propriedades incluem cicatrização e anti-inflamação, sendo eficaz para o tratamento de edemas e inchaços. Ela também é um antioxidante natural capaz de retardar o envelhecimento da pele e possui a função de regular caspas e oleosidade no couro cabeludo.
  • Argila marrom: É um tipo raro de argila, cuja composição inclui elevados teores de alumínio, silício, titânio e outros oligoelementos. Possui propriedades desinfiltrante, desintoxicante, cicatrizante, revitalizadora e adstringente. Sua aplicação resulta no equilíbrio, na revitalização da pele e ativação da circulação. A presença do silício contribui para a defesa do tecido conjuntivo e para a reconstituição dos tecidos cutâneos. É eficaz no tratamento de cravos e espinhas, artrite, artrose, bursite, reumatismo, osteoporose, luxações e feridas.
  • Argila marinha: Essa argila é caracterizada por uma cor verde escura, é rica em minerais e extraída do fundo do mar. Possui altas concentrações de algas marinhas, garantindo a purificação e tonificação do corpo.
  • Argila rosa: É resultado da mistura entre as argilas vermelha e branca, sendo classificada como a mais suave entre todos os tipos de argila. Devido a sua composição, a argila rosa consegue unir as propriedades mais importantes da branca e da vermelha e, portanto, tem efeito suavizante, hidratante, revitalizador, desinfetante, ativador da circulação e calmante. Em razão das altas concentrações de ferro, ela é capaz de desenvolver a luminosidade natural da cútis e do cabelo, também absorve toxinas e excesso de oleosidade. É indicada, especialmente, para peles mais sensíveis e delicadas.

Quais são os benefícios da Geoterapia

A geoterapia possui diversos benefícios, entre os quais podemos citar:

  • Promover a circulação na região aplicada, por esquentar o local;
  • Aliviar dores crônicas, especialmente artrite e outras condições que causam dores musculares;
  • Combater as dores nos ossos, e dores de origem inflamatória. 
  • Aliviar o estresse;
  • Diminuir inchaços;
  • Elimina toxinas;
  • Regular a produção de suor;
  • Regular a temperatura do órgão enfermo;
  • Melhorar o sistema nervoso;
  • Proporcionar sensação de bem-estar;
  • Clarear as sardas, quando é usada argila branca;
  • Deixar a pele mais limpa e hidratada.

Para quem a Geoterapia é indicada

Os cataplasmas podem ser frios ou quentes. O uso de argila fria é indicado para:

  • problemas reumáticos que estejam na fase aguda, como artrite;
  • distúrbios intestinais, como gases, prisão de ventre e diarreia;
  • hematomas e inchaços;
  • nódulos e tumores benignos;
  • problemas na face e no crânio, como espinhas, inchaço e tumores;
  • hipertrofia de órgãos, como na tireoide e na próstata;
  • casos em que a região está quente e inchada;
  • furúnculos, coceiras, picadas de insetos, feridas, cortes, varizes e hemorroidas.

Por outro lado, a argila quente é indicada para:
  • problemas reumáticos, especialmente aqueles que estiverem na fase crônica, como artrose, dores e tensões na coluna. 
  • Também é recomendada para tratar doenças do fígado, estômago, rins, órgãos pélvicos e pulmões.


Quais as contraindicações da Geoterapia

Confira as contraindicações da geoterapia:

  • Em indivíduos com ferimentos abertos, profundos e fraturas expostas;
  • Em pessoas com marca-passo ou que tenham passado por alguma cirurgia cardíaca na região do tórax ou abdômen,
  • Em indivíduos que estejam tomando algum tipo de antibiótico;
  • Em indivíduos com ferimentos suturados;
  • Em gestantes ou mulheres no período de menstruação;
  • Em queimaduras de segundo e terceiro grau.


Como é feita a Geoterapia

A geoterapia pode ser  aplicada de diversas maneiras: 


  • Direto na pele: Aqui a pessoa aplica a argila diretamente sobre a pele no seu estado mais puro e a cobre com um pano até secar por completo. Este método é muito utilizado no tratamento de dores musculares, entorses, reumatismo e artrite. Para aplicações na região do peito, fígado, rins, estômago ou útero, deve ser feito duas horas antes ou depois de uma refeição.
  • Por meio de compressas: A geoterapia ou a argiloterapia também pode ser administrada em forma de compressas. Aqui ela é mais líquida e  diluída em água, sendo assim menos consistente. 
  • Banho de lama: Por fim, o banho de lama é outra técnica bastante utilizada na geoterapia. Neste método, o banho ocorre em uma banheira específica e requer uma imersão de duração média de 20 a 30 minutos. 


Conclusão

A geoterapia é uma terapia natural, que assim como diversas outras terapias, ajuda o próprio corpo a entrar em equilíbrio e curar as doenças e é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS)  há mais de uma década.  

Também que o ministério da saúde reconhece a geoterapia como uma das terapias integrativas ou complementares, também chamadas de Práticas Integrativas e Complementares (PICS) , que são oferecidas pelo SUS gratuitamente a população. 

Conhecer bem  as terapias integrativas e usar o poder delas para ter boa saúde física, mental e emocional é uma atitude inteligente e de empoeiramento. E como sempre o VIVA Integrativa vem cumprindo com a sua missão de trazer sempre mais informações sobre a geoterapia e outras técnicas como a reflexologia, a aromaterapia, dicas de alimentação, exercícios, vida saldável e muito mais. 

Não deixe de nos acompanhar para não perder nenhum conteúdo novo que você precisa saber para ter uma saúde plena e vida ativa.

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